quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Ajuste saudável no mercado

Na coluna Informe Econômico do JB
O tranco verificado na Bolsa de Valores de São Paulo na segunda-feira, quando caiu 2,33%, ainda passa muito longe, segundo analistas, do que poderia ser considerada uma revoada dos estrangeiros. A previsão é que a liquidez externa continua alta - o que permitirá a manutenção do fluxo de capitais para os emergentes. Nem o primeiro discurso de Ben Bernanke à frente do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) previsto para hoje, que vinha sendo apontado como um evento capaz de deixar o mercado apreensivo, provocará, pelo menos agora, qualquer alteração no cenário. O recuo do início da semana foi avaliado como uma correção de preços necessária após a alta de 15% acumulada em janeiro, que, a propósito, deve voltar a acontecer em dose semelhante em breve - para o bem da Bolsa. Ontem, o baque anterior foi atenuado com alta de 1,42%

- O mercado já vinha há alguns dias com uma necessidade de correção, tanto aqui como lá fora. Essa correção precisa ser feita paulatinamente, e é melhor que seja assim do que se ocorresse uma queda maior, que seria mais traumático - avalia Jason Vieira, da GRC Visão.

Pela análise gráfica, Vieira acredita que, no início de fevereiro, o Ibovespa seguiu um caminho muito além da trajetória que vinha trilhando. A correção veio na segunda-feira.

- Ainda há ajustes não feitos no mercado interno. Isso pode acontecer num momento de ajuste lá fora, onde os ativos estão muito altos. A Bolsa vai seguir volátil, procurando os 35.500 para trilhar um novo caminho saudável de altas.

Esse novo caminho, portanto, seria encontrado à custa de uma queda de mais 3% nos próximos dias.

Para os analistas, porém, o discurso de Bernanke pouco ajudará na procura desse caminho.

- O discurso é mais simbólico. Ele vai comprar a análise do comitê porque acaba de assumir o cargo e dirá que a economia americana vai bem. Não há chance de sair uma indicação sobre um aperto monetário mais forte. Assim, não há riscos de mudança no fluxo de capitais - prevê Alessandra Ribeiro, analista da Tendências Consultoria.

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