PIB confirma crescimento fraco
O PIB divulgado hoje pelo IBGE veio abaixo das expectativas do mercado, mas não muito. As previsões estavam em geral em 0,6% ou um pouco acima, mas ninguém tinha muita esperança de um PIB bom. Confirma-se, portanto, a idéia geral de um segundo trimestre bem mais fraco do que o primeiro e de uma economia em desaceleração.
O dado já era esperado pelo resultado ruim na produção industrial de junho. Com aquele dado, muita gente diminuiu a previsão do PIB para o segundo trimestre, considerando que ela não chegaria a 1%.
Agora o que deve cair também é a previsão do PIB para 2006 do Boletim Focus, que hoje já está em 3,5%. Veio caindo nas últimas semanas e vai continuar assim.
O Bradesco era um dos que estavam com previsão mais otimista, de 0,8%. Mesmo assim, esta semana eles reviram a previsão para o ano de 3,7% para 3,5%. Em janeiro, a expectativa era de que o PIB chegaria quase aos 4%. O ABC Brasil também trabalhava com 3,8% e agora está nos 3,6%. Porém, Luis Otavio Leal, economista-chefe do banco, está menos pessimista em relação aos próximos resultados que serão divulgados:
- A produção industrial de julho deverá vir mais alta, até por causa da base de comparação. A Copa, duas plataformas de petróleo em manutenção e a greve da Receita prejudicaram o resultado de junho. Em julho, não teve Copa, nem manutenção, nem greve; não tinha o que prejudicasse. Minha previsão para 2006 caiu não por causa do dado de junho, mas porque eu vejo problemas no crédito, com uma inadimplência muito alta - afirma Luis Otavio.
O Banco Modal, por exemplo, estava esperando 0,5% no segundo trimestre. Como se confirmou o resultado eles devem rever para baixo a expectativa para 2006. O Credit Suisse esperava um crescimento de 0,6% no trimestre e no ano eles continuam esperando por volta de 3%, bem abaixo da média do mercado.
O importante é o seguinte: o segundo trimestre seria mesmo mais fraco e isso se confirmou. Alguns dados antecedentes mostrando que o terceiro trimestre será melhor do que o segundo, mas no todo, o ano, está saindo bem pior do que os 4% esperados pelo Banco Central e o 4,5% previsto pelo Orçamento de 2006. Um ano que está decepcionando.
30.8.2006 | 19h39m
Por que o Copom manteve o ritmo
Previmos aqui que o Copom reduziria a taxa de juros em 0,5 ponto e não em 0,25 ponto percentual, que era a aposta mais comum do mercado. Não foi bolinha de cristal. Foi resultado da constatação óbvia diante dos fatos. Não havia motivo algum que justificasse a redução do ritmo da queda dos juros. Pelo contrário.
A previsão de inflação está caindo para um nível bem abaixo do centro da meta e a previsão de crescimento está murchando E se os dois estão em queda, há todos os motivos para a queda dos juros até mais fortemente.
Há sinais de preocupação no horizonte. Por exemplo: pela primeira vez desde janeiro, a expectativa de crescimento do PIB do Boletim Focus para 2007 ficou no mesmo patamar que a previsão para este ano, em 3,5%. Desde fevereiro que se esperava que 2007 seria melhor que este ano, porém, com a ameaça da chegada de uma recessão mundial, o mercado está diminuindo sua previsão para o próximo ano.
Nesta quinta sai o PIB do terceiro trimestre que, segundo a expectativa atual do mercado e sinais dados pelo próprio Banco Central, será bem menor (talvez a metade) que os 1,4% do primeiro trimestre.
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