O discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, ao Congresso americano agora à tarde reforça a percepção do mercado de um novo corte de juros na próxima reunião do banco central em março. Bernanke disse que atuará no tempo certo para combater os perigos na economia americana e sinalizou que as maiores ameaças são a crise nos mercados e a recessão. Isso indica que o combate à inflação, que está crescendo por lá, virá depois que país voltar a crescer.
As decisões do Fed a partir de agora ficarão mais difíceis. Desde setembro do ano passado, os juros já caíram 2,25 ponto percentual. Ao mesmo tempo a inflação tem aumentado. Ontem, a inflação do atacado chegou a 7,4% no últimos doze meses, a maior alta desde 1981. Isso reforça o perigo de uma estagflação (combinação de baixo crescimento com inflação alta). Se baixar os juros, o Fed ajuda o crescimento, mas pressiona a inflação. Se aumentar, combate a alta nos preços, mas desacelera a economia.
Indicando novo corte, o presidente do banco central americano mostra que continua na perigosa rota de achar que seu principal papel é combater a recessão. É coerente com o que estudou como acadêmico: como evitar as depressões econômicas, mas não é coerente com o papel clássico dos bancos centrais do mundo que primeiro defendem o país da inflação.
Publicado no Blog de Míriam Leitão de 27-02-08
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