Em um pregão marcado pela volatilidade, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a insegurança do mercado norte-americano e fechou em baixa na sexta-feira (30/01). O índice Ibovespa - principal referência para a bolsa nacional - teve queda de 0,85%, para 39.300 pontos. O giro financeiro no pregão do dia foi de R$ 3,2 bilhões.
Com o resultado, a Bovespa acumula agora uma valorização de 3,0% na semana. Ao longo do primeiro mês de 2009, a bolsa nacional registrou ganhos mais elevados, de 4,6%. Trata-se da segunda alta consecutiva da bolsa nacional, que já havia acumulado variação positiva de 2,6% em dezembro.
Ao longo do pregão, a bolsa nacional seguiu as sinalizações vindas de Wall Street, alternando seguidamente entre indicadores de alta e de baixa. Inicialmente, os mercados repercutiram de forma positiva a informação que o Produto Interno Bruto (PIB) americano teve uma retração anual de 3,8% no 4º trimestre de 2008, pior queda desde 1982.
O resultado, apesar de amplamente negativo, foi "menos ruim" do que esperavam os analistas. Segundo a média dos consultores de mercado entrevistados pela agência Reuters, a baixa esperada para o período de outubro a dezembro era de 5,4%.
Recuo
Mais tarde, porém, os investidores voltaram a se mostrar apreensivos após a emissora de TV CNBC informar que o governo do país pode suspender a proposta de criar um "bad bank", um banco que assumiria os ativos podres.
Formuladores de política dos Estados Unidos ainda não chegaram a um consenso de como funcionaria a proposta do governo de "bad bank" e a idéia pode não seguir em frente, informou a reportagem de CNBC, citando fontes.
Como resultado, os indicadores da Bolsa de Nova York aprofundaram suas perdas. Por volta das 18h de Brasília, o índice industrial Dow Jones mostrava queda de 1,13%, aos 8.057 pontos. O indicador ampliado S&P 500 recuava 1,39% e o tecnológico Nasdaq caía 1,30%.
Rumo do pregão
Segundo o analista de investimento da Spinelli Corretora, Jayme Alves, a Bovespa tentou, mas não conseguiu se descolar do pessimismo externo. O especialista lembra que além do PIB, outros indicadores surpreenderam negativamente, como a confiança do norte-americano e a atividade na região de Chicago.
Deixando de lado o pregão desta sexta-feira, Alves chama atenção para o desempenho positivo da Bovespa em janeiro, reflexo da recuperação de preço dos ativos relacionados ao setor de commodities.
Olhando para fevereiro, o analista, aponta que o foco segue voltado para o plano de estimulo à economia norte-americana, que agora será apreciado pelo senado, e para as notícias envolvendo um novo projeto para resgatar o sistema financeiro.
Panorama global
Na Europa, o principal índice de ações encerrou perto da estabilidade. O movimento volátil da sessão foi influenciado por quedas no setor de empresas ligadas à commodities que contrabalançaram ganhos de companhias farmacêuticas.
O índice de ações européias FTSEurofirst 300 encerrou com oscilação positiva de 0,03%. A maior parte dos mercados nacionais terminou em baixa.
Já na Ásia, as empresas japonesas Honda e Hitachi divulgaram quedas bilionárias nos lucros no último trimestre de 2008 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Além disso, em um indicativo de retração generalizada, o governo japonês divulgou que houve queda mensal recorde de 9,6% na produção industrial e aumento na taxa de desemprego, para 4,4%. As más notícias influenciaram o pregão da Bolsa de Tóquio, que encerrou com uma queda de 3,11%, aos 7.994,05 pontos.
(Com informações de Reuters e Valor Online)
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