Até onde vai subir a Bovespa? Esta é a grande interrogação de investidores e analistas, cada vez mais atônitos com o desempenho das ações brasileiras. O fluxo de investimentos estrangeiros bate sucessivos recordes. Só na última sexta-feira, de acordo com dados extra-oficiais, o saldo líquido de ingressos foi de R$ 478,8 milhões, resultado inédito no pregão paulista. Com isso, a entrada de dólares beira R$ 15 bilhões e o superávit no mês de janeiro chega a R$ 2,2 bilhões.
Para se ter idéia da grandeza dessa corrida, em dezembro, de acordo com os últimos números disponíveis, os investimentos estrangeiros diretos (leia-se não-financeiros) somaram US$ 1,4 bilhão, ou R$ 3,2 bilhões. No ano passado, totalizaram US$ 15,2 bilhões (R$ 35 bilhões). No ritmo atual, os recursos destinados à Bolsa de Valores de São Paulo terão superado o ingresso do chamado dinheiro produtivo em 2005 em apenas três meses.
Por que toda essa euforia? É simples, assinalam operadores e analistas. O mercado antecipa no boato e realiza no fato. Traduzindo: vai às compras com a perspectiva de que o país crescerá mais e ganhará avaliações melhores das agências de classificação de risco; e embolsa os lucros quando as notícias positivas se confirmam. Daí as projeções de grandes bancos nacionais e estrangeiros elevando o alvo do Ibovespa para até 52,5 mil pontos, contra os atuais 38 mil. Estimativas impulsionadas pelo histórico desconto dos papéis brasileiros frente aos dos concorrentes de outros países menos turbulentos.
Curiosamente, o pequeno investidor não está assim tão otimista e mostra-se mesmo assustado diante de toda esta empolgação. Do início do ano até o último dia 27, as pessoas físicas tinham retirado, em termos líquidos, R$ 1,1 bilhão da Bovespa. Gato escaldado tem horror à água fria.
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