Depois de iniciar a semana com a segunda maior perda do ano, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) superou um pregão de volatilidade e fechou em alta nesta terça-feira (3), descolando-se da turbulência dos mercados internacionais e de mais uma forte desvalorização na Europa.
O indicador Ibovespa, referência para o mercado brasileiro, fechou em alta de 0,64% no pregão desta terça-feira, marcando 36.467 pontos. As duas "blue chips" da bolsa brasileira - a Vale e a Petrobras - tiveram desempenhos diversos no dia: a petrolífera fechou perto da estabilidade, enquanto a Vale subiu mais de 2%.
As ações da Vale foram beneficiadas por uma recomendação de compra do Citigroup. A Vale Inco, subsidiária internacional da mineradora brasileira, vai demitir 900 pessoas envolvidas em sua operação de níquel. Os cortes não vão afetar funcionários no Brasil.
A alta moderada veio depois de um início de semana difícil. Na segunda-feira, a Bovespa seguiu a onda de pessimismo que tomou conta do mercado internacional e teve queda de 5,10%, aos 36.234 pontos, no menor patamar desde novembro. O mercado da véspera foi afetado fortemente por maus resultados do banco HSBC e da seguradora AIG.
EUA
Em Wall Street, onde o Dow Jones fechou em mínimas não registradas desde 1997 na segunda-feira, os índices tiveram dia de sobe-e-desce. O índice Dow Jones - referência para Nova York - tinha baixa de 0,55% por volta das 18h, enquanto o indicador eletrônico Nasdaq apresentava perdia 0,14%.
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou nesta terça-feira um plano de incentivo para dar mais crédito aos consumidores norte-americanos. O plano permitirá à instituição emprestar até US$ 200 bilhões, em parcelas mensais a serem liberadas até dezembro de 2009.
O programa, que pode chegar a até US$ 1 trilhão, pretende superar o bloqueio do crédito comprando papeis ligados a cartas de crédito. Desta forma, o BC dos EUA pretende aumentar a quantidade de crédito para automóveis, financiamento estudantil e empréstimos para pequenos negócios em circulação no mercado.
'Irritado'
O presidente do Federal Federal, Ben Bernanke, afirmou nesta terça que o plano de reativação deve proporcionar benefícios sólidos para a economia americana, mas que será necessário fazer muito mais em favor do sistema financeiro.
"Apesar de o prognóstico para a economia a curto prazo ser frágil, uma série de fatores deverão impulsionar a volta de benefícios sólidos na atividade econômica no contexto de uma inflação baixa e estável", afirmou em seu discurso.
Bernanke demonstrou irritação com a situação da seguradora AIG e as "apostas irresponsáveis" da empresa, mas afirmou que o governo teve que agir e resgatar a companhia para evitar uma tragédia financeira global - a empresa teve perdas de mais de US$ 60 bilhões somente no quatro trimestre de 2008.
Ele acrescentou que está irritado com o fato de o governo federal ter sido forçado a resgatar a empresa. "Acredito que se houver um único episódio em todos esses 18 meses que me deixou irritado, não consigo pensar em nenhum outro que a AIG."
Outros mercados
Na Europa, a tentativa de retomada no começo do dia não se sustentou. Com queda de 1,6% nesta terça-feira, o índice europeu FTSEurofirst 300 chegou ao menor patamar desde sua criação, em 1997, marcando 671 pontos.
Ainda afetado pelo mau resultado do HSBC, a Bolsa de Londres puxou a queda, com desvalorização de 3,14%, firmando posição no pior nível em seis anos. Entre os outros mercados, Paris perdeu 1,04% e Frankfurt teve baixa de 0,52%.
Na Ásia, terça-feira foi de perdas, mas menos acentuadas se comparadas ao países do Ocidente. Tóquio recuou 0,69%, Hong Kong caiu 2,3% e Xangai perdeu 1,05%. Destoando, Seul garantiu alta de 0,66%.
(Com informações da Reuters, da AFP, Agência Estado, Globo News e do Valor OnLine)
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