quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Ações ligadas a commodities levam Bovespa à quarta baixa consecutiva

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta quinta-feira (12), registrando o quarto pregão seguido de perdas. O índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - teve queda de 0,84%, fechando aos 40.500 pontos. O volume financeiro negociado foi de quase R$ 3,7 bilhões.
Entre as ações mais negociadas no país, houve novamente desavalorização da Vale do Rio Doce, que registrou fortes ganhos na semana passada, com o boato de que um reaquecimento da economia chinesa aumentaria a demanda por minério de ferro. Outras ações que registraram baixas pela mudança de humor estão Usiminas, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gerdau.
A ação PNA da Vale liderou o volume negociado, caindo 1,61%. O ativo ON cedeu 1,88%. A CSN ON caiu 3,20%, a Gerdau PN recuou 2,95% e a Usiminas PNA desvalorizou 1,63%. Depois de ensaiar alta, Petrobras PN fechou o dia em queda de 0,40%.
A Petrobras foi mais uma vez prejudicada pelo fraco desempenho dos preços do petróleo no mercado internacional. As ações da petrolífera, que anunciou nesta quinta-feira não ter chegado a um acordo com a venezuelana PDVSA para a construção de uma refinaria no estado de Pernambuco, voltaram a registrar baixa.
Segundo o assessor investimento da Corretora Souza Barros, Luiz Roberto Monteiro, os investidores continuam embolsando os ganhos da semana passada apoiados no cenário externo negativo. A perda acumulada do índice Ibovespa na semana já é de 5,27%.

Análise
De acordo com o diretor de gestão da Banif Nitor Asset Management, Fábio Concilio Cesar, o mercado brasileiro está corrigindo alguns exageros de preço ocorridos nas últimas semanas, quando ficou evidente uma realocação de investimentos entre mercado emergentes.
Segundo o especialista, o Brasil é um dos preferidos na categoria emergentes e isso explica a rápida recuperação de preço, o descolamento com as bolsas dos EUA e Europa e a entrada de dinheiro. O saldo estrangeiro no acumulado do mês até o dia 9 de fevereiro somava R$ 2,19 bilhões.
No entanto, houve certa euforia nesse período. Cesar lembra que três meses atrás, os emergentes tinham alguma conotação de porto seguro, ou seja, seriam os mercados onde ainda ocorreria desenvolvimento econômico.
Cesar destaca que o pânico observado meses atrás não deve acontecer mais, mas os riscos implícitos no cenário externo e interno devem manter o mercado bastante instável pelos próximos dois a três meses. Com isso, o Ibovespa deve respeitar o patamar de 38 mil a 43 mil pontos.

Outros mercados
Em Wall Street o dia é bastante negativo, com o indicador Dow Jones - referência para Nova York - perdendo 3% pouco depois das 18h, perto do fechamento do mercado local. O humor não melhorou mesmo depois que as vendas no varejo surpreenderam apontando alta de 1% em janeiro. Essa foi primeira elevação em sete meses e a maior desde novembro de 2007.
Na Europa, o dia também foi negativo. O índice FTSEurofirst 300, que acompanha as principais ações europeias, caiu 1,45%, para 791 pontos. Na mínima da sessão, o indicador atingiu 784 pontos. Entre os principais mercados, o fechamento mais negativo foi em Frankfurt, onde as perdas somaram 2,7%.

(Com informações do Valor OnLine, da Reuters e da France Presse)

Nenhum comentário: