Uma onda pessimista tomou conta dos principais mercados financeiros do mundo nesta terça-feira (17) e contaminou a Bolsa de Valores de São Paulo, que teve um pregão de fortes perdas. O índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - apontou baixa de 4,76%, aos 39.846 pontos.
A Bovespa operou em queda desde os primeiros minutos de negociação, influenciada pelos sinais negativos que vinham do exterior. Na mínima do dia, chegou a recuar 4,9%, empurrada para baixo pelos papéis da Vale, que terminaram com perdas de 6,1%. A outra 'blue chip' da Bovespa, a Petrobras, fechou com baixa de 5,4%, pressionada pelo recuo no preço do petróleo.
No lado positivo, apenas três ações - Light, Telesp e Brasil Telecom - terminaram com ganhos, entre todas as 66 ações que compõem o Ibovespa. O volume financeiro negociado no dia ficou na casa de R$ 4,2 bilhões.
Clima negativo
O clima negativo vindo do exterior refletiu em boa parte as dúvidas dos investidores de Wall Street sobre a eficácia do pacote de US$ 787 bilhões sancionado nesta terça pelo presidente dos EUA, Barack Obama.
O gestor da Vetorial Asset, Sérgio Machado, avalia que o mercado queria uma solução para o setor financeiro e recebeu apenas discursos. "Não existe certeza, apenas dúvidas. Quanto mais tempo demora, maior fica a impressão de incapacidade do governo dos EUA de reagir à crise", resume.
Mais preocupações
A bolsa paulista refletiu a performance dos principais índices de Wall Street, que caíram para os menores níveis desde meados de novembro, arrastados pelas ações de bancos, de montadoras de veículos e de empresas de energia.
Nesta terça, General Motors (GM) e Chrysler devem apresentar seus planos de reestruturação, uma condição para ter acesso a dinheiro do governo. Caso as montadoras não consigam o empréstimo, não está excluída a possibilidade de uma concordata sob supervisão federal.
Como resultado, as bolsas de valores dos EUA tiveram um dia de fortes perdas. Por volta das 18h10 de Brasília, o índice industrial Dow Jones perdia 3,79%, enquanto o indicador ampliado S&P 500 caía 4,56% e o tecnológico Nasdaq recuava 4,15%.
Europa e Ásia
Na Europa, a terça-feira também foi um dia de perdas acentuadas. O setor bancário voltou a derrubar com força as operações nas bolsas. Preocupações com instituições do Leste Europeu e possíveis reflexos em grandes bancos da Europa Ocidental aumentaram a tensão dos investidores.
Com isso, o índice FTEurofirst 300, que reúne as principais bolsas européias, terminou em baixa de 2,5%, a 765 pontos. O indicador perdeu já 7,9% neste ano, após ter caído 45% em 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário