A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou a quinta-feira (21) em queda pelo terceiro dia seguido, mas conseguiu sustentar o patamar dos 50 mil pontos, em meio a um forte movimento de realização de lucros alinhado ao comportamento negativo das bolsas nos Estados Unidos e na Europa.
Principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa caiu 2,25%, aos 50.087 pontos. No dia, foram negociados R$ 4,5 bilhões. A redução da perspectiva do rating do Reino Unido para negativa pela Standard & Poor's deflagrou vendas de ações na Europa, contaminando as operações em Wall Street e no Brasil desde cedo.
"A decisão da S&P serviu como um gatilho para a realizaçao de lucros, uma vez que sinaliza que o mesmo pode ocorrer com os EUA", observou o vice-presidente executivo de Tesouraria do banco WestLB no Brasil, Ures Folchini. De acordo com ele, isso gerou uma aversão a risco que afetou também as commodities, embora o mercado de moedas tenha ficado "comportado".
EUA
Dados norte-americanos de seguro-desemprego reforçaram o quadro pessimista para o segmento acionário. Investidores começam a se preocupar com o risco de que a economia dos EUA não se recupere rápido o suficiente.
O anúncio da S&P e os números de pedidos de seguro-desemprego ofuscaram o dado melhor que o esperado para o índice de atividade do Fed de Filadélfia e indicadores melhores do setor manufatureiro da zona do euro.
As bolsas de todo o mundo fecharam em baixa. Em Nova York, o índice Dow Jones, referência para Wall Street, recuou 1,54% no dia. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que reúne os principais mercados do continente, cedeu 2,1%.
Ações
A sessão também foi marcada por queda nos preços de commodities, o que prejudicou ainda mais o Ibovespa. O petróleo, por exemplo, recuou 1,6% em Nova York, afetando a ação preferencial da Petrobras, que se desvalorizou 1,96%, para R$ 32,50.
A preferencial da Vale perdeu 2,97%, a R$ 32,31. No caso da mineradora, também pesou a revisão na recomendação para o ADR da empresa pelo banco Morgan Stanley. A instituição mudou de "equal-weight" para "Underweight".
Como na quarta-feira, as ações da Perdigão e da Sadia lideraram os ganhos no Ibovespa, ainda sob efeito da avaliação positiva de vários analistas para a união das duas empresas. A Link Investimentos, por exemplo, mantém a recomendação de "compra" para Perdigão e elevou Sadia para "compra".
As ordinárias da Pergigão avançaram 5,82%, para R$ 39,10, e as preferenciais da Sadia subiram 5,97%, a R$ 4,97. No outro extremo, entre as maiores perdas, as units da ALL caíram 5,46% e as preferenciais da Vivo tiveram baixa de 5,40%.
De acordo com Folchini, do WestLB, a queda da bolsa nesta quinta-feira "está longe de ser um resultado ruim".
"A Bovespa precisava passar por uma realização de lucros em algum momento, pois subiu muito desde meados de março", argumentou. Ele acrescentou que, graficamente, o Ibovespa permanece dentro de um canal de alta. "Ainda não é possivel considerar uma mudança na tendência de alta."
Fonte site G1
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